Investimentos

Queda nas operações bancárias? A Lei Magnitsky e o dilema das instituições financeiras brasileiras!


26 de agosto de 2025 às 08:51 / 0 Comentários

Investidores em pé vendo oscilação da bolsa de valoresFoto de Ruben Sukatendel

1. Contexto e origem da Lei Magnitsky

A Lei Global Magnitsky (dos EUA) permite impor sanções sobre indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves dos direitos humanos, como congelamento de bens, proibição de entrada nos EUA e bloqueios comerciais, sem necessidade de processo judicial formal.

Em 30 de julho de 2025, o ministro do STF Alexandre de Moraes foi incluído nessa lista, apesar de não possuir bens nos EUA, o que gerou preocupação sobre as repercussões – inclusive quanto ao pagamento de seu salário, processado pelo Banco do Brasil .

2. Reação dos bancos e o dilema jurídico

A partir disso, um impasse jurídico emergiu:

  • O ministro Flávio Dino, do STF, decidiu que decisões ou sanções estrangeiras só têm validade no Brasil se forem homologadas pelo Supremo .
  • O ministro Alexandre de Moraes também reforçou que bancos brasileiros que cumprirem sanções dos EUA podem ser penalizados no país.

Sendo assim, os bancos foram colocados entre a cruz e a espada: seguir as sanções americanas e arriscar punição no Brasil, ou obedecer às ordens internas e enfrentar represálias internacionais .

3. Impactos no mercado e volatilidade das ações

O choque de incerteza jurídica provocou fortes reações do mercado:

  • Perdas de mercado: entre R$ 40 bilhões e R$ 47 bilhões foram destruídos em valor de mercado em poucos dias .
  • Desempenho dos principais bancos:
  • Banco do Brasil (BBAS3): queda entre 2,7 % e 5 % em valor de mercado, sendo um dos mais afetados .
  • Itaú Unibanco (ITUB4): recuo de cerca de –1,1 % .
  • Bradesco (BBDC4): leve queda de –0,3 %.
  • BTG Pactual (BPAC11): forte baixa de –5,1 % .
  • Santander Brasil (SANB11): curiosamente, foi o único a se valorizar (+0,7 %), já que sua subsidiária espanhola pode lidar melhor com cenários adversos .

4. O que está em jogo?

  1. Credibilidade das instituições: O Banco do Brasil entrou com representação na AGU contra fake news sobre o risco de sanções, visando preservar sua reputação e evitar corridas de saque.
  2. Soberania jurídica brasileira: O conflito evidencia a tensão entre soberania nacional e alcance extraterritorial de legislações de outros países .
  3. Diferenciação entre bancos: Enquanto instituições estatais e mais expostas sofrem mais, bancos com estrutura internacional, como o Santander, conseguem navegar melhor na crise.

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