O Ibovespa protagonizou a maior queda do ano nesta terça-feira(19) , recuando 2,10% e encerrando aos 134.432,26 pontos, após uma sessão marcada por forte aversão ao risco e impacto direto nas ações financeiras.
As ações de grandes bancos foram duramente penalizadas:
Juntos, os grandes bancos perderam cerca de R$ 41,9 bilhões em valor de mercado, segundo estimativa da consultoria Elos Ayta.
O movimento foi acionado pela decisão do ministro do STF, Flávio Dino, que afirmou em despacho na segunda-feira (18) que leis e decisões judiciais estrangeiras só têm eficácia no Brasil se aprovadas pelo STF. Essa medida foi interpretada como um bloqueio da aplicação da Lei Magnitsky — sancionada pelos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes — no país.
Esse posicionamento desencadeou temores de um conflito institucional entre Brasil e Estados Unidos, com possíveis sanções e represálias internacionais que poderiam impactar diretamente os bancos que operam globalmente.
Analistas destacam que os bancos brasileiros foram “embarcados” no meio de uma crise político-judicial com repercussões financeiras profundas. Esse ambiente dificultou a precificação de ativos, levando investidores a vender ações e migrar para o dólar como hedge.
O Ibovespa sofreu sua maior queda desde 4 de abril, quando recuou 2,96% em meio a tensões comerciais dos EUA, e a movimentação de ontem reduziu fortemente os ganhos acumulados em agosto e no ano.
A sessão de 19 de agosto de 2025 expôs uma combinação explosiva de incerteza regulatória e risco internacional, provocada pela resposta do STF à aplicação de sanções estrangeiras. Esse quadro resultou em forte venda de ações bancárias, queda do Ibovespa e valorização do dólar — um alerta para os investidores sobre os perigos de turbulência institucional.