O Brasil, como país anfitrião, enfrenta críticas por recusar proposta da ONU para subsidiar hospedagens durante a COP 30 — R$ 540 por dia para países em desenvolvimento, frente à escassez e alta dos preços em Belém. A solução do governo: reforçar o auxílio de viagem de US$ 144 para delegações mais pobres, ainda que insuficiente diante dos preços locais.
A We Mean Business Coalition destaca que a presença robusta de empresas na COP 30 torna-se crucial. A participação do setor privado pode transformar compromissos climáticos em investimentos reais, especialmente em infraestrutura limpa e políticas de apoio — um chamado claro para que o mundo dos negócios leve a sério sua responsabilidade nesse fórum.
A CEO da COP 30 alertou para os perigos de se apoiar excessivamente em créditos de carbono como estratégia climática. Embora sejam ferramentas válidas, é essencial que sejam usadas com transparência e efetividade ecológica — para garantir que o real valor da redução de emissões seja reconhecido e não se transforme em subterfúgio.
Optar por Belém, na Amazônia, foi uma escolha estratégica: enfatizar a justiça climática, territorial e socioambiental, e aproximar a pauta climática dos desafios locais, como pobreza e desmatamento. A cidade simboliza uma COP das soluções inclusivas — embora com obstáculos logísticos significativos.
Infraestrutura e alojamento
A COP 30 estimula investimentos urbanos massivos em Belém. Isso inclui obras de mobilidade, drenagem, turismo e até navios-cruzeiro adaptados para acomodar delegados. O impacto econômico local pode ser elevado, mas precisa ser geri sob controle e com transparência, sobretudo em meio às críticas sobre preços abusivos.
Mobilização financeira e Baku‑Belém Roadmap
Foi acordado um ambicioso objetivo coletivo: escalar investimentos climáticos globalmente para US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, sendo US$ 300 bilhões direcionados a países em desenvolvimento. A COP 30 deve colher resultados desse “Roadmap”, estabelecendo rotas práticas para tornar esse montante real e sustentável.
Tropical Forest Forever Facility (TFFF)
Um destaque brasileiro para o evento: o fundo de conservação florestal TFFF, no valor de US$ 125 bilhões, baseado em financiamento misto (blended finance), deve ser lançado durante a conferência. A ideia é recompensar financeiramente países em preservação de florestas tropicais — uma proposta com alto potencial de atração de capitais privados e soberanos.
Ações em nível nacional
No Brasil, o Fundo Clima (publico) voltou a receber recursos, atingindo R$ 10,4 bilhões em 2024, com linhas especiais para restauração florestal com juros de apenas 1% ao ano. O setor privado também avança: em 2024, R$ 11 bilhões em green bonds foram emitidos — e bancos como Itaú lançaram instrumentos dedicados à biodiversidade e ESG. O país intensifica esforços para estruturar uma plataforma de investimentos climáticos, fortalecendo sua governança e atraindo capitais para a transição verde.
A COP 30 representa uma janela significativa para o setor financeiro e investidores: