Foto de Anne NygardPoucos momentos agradam mais o investidor do que abrir o home broker e ver que caiu aquele valor esperado na conta. Hoje, segunda-feira, 8 de setembro de 2025, esse prazer é garantido para quem está posicionado em companhias e fundos que distribuem dividendos e JCP.
A Kepler Weber (KEPL3) confirmou o pagamento de R$ 0,1082 por ação em dividendos e R$ 0,0360 em Juros sobre Capital Próprio (JCP). No total, a companhia desembolsa R$ 24,9 milhões entre dividendos e JCP. Para o investidor, é um reforço de caixa; para a empresa, sinaliza solidez e boa governança.
Já os cotistas do GGRC11 recebem hoje R$ 0,10 por cota em rendimentos mensais, referentes à posição em 01/09/2025. Esse valor pode parecer pequeno, mas, para quem tem um volume expressivo de cotas, representa um fluxo de renda recorrente e importante. O fundo tem mantido consistência, com dividend yield anualizado acima de 12% nos últimos 12 meses.
Além desses nomes, outras companhias também entram na agenda de setembro, como Marcopolo (POMO3 e POMO4) e Aliança da Bahia (PEAB3/PEAB4), que pagam proventos nesta mesma data, fortalecendo a percepção de que o mês é fértil para o investidor que busca renda.
Embora ambos encham a conta do investidor, dividendos e JCP não são a mesma coisa:
Assim, ao receber R$ 0,0360 em JCP da Kepler Weber, o acionista verá um valor líquido de cerca de R$ 0,0306 após o desconto. Ainda assim, esse instrumento é atrativo porque equilibra benefícios para empresa e investidor.
Os fundos imobiliários (FIIs) como o GGRC11 merecem uma análise própria. Para mais de 2 milhões de CPFs cadastrados na B3, esses fundos funcionam como uma espécie de “salário de aluguel”: os cotistas recebem mensalmente parte dos lucros do portfólio de imóveis ou operações de crédito.
Esse modelo garante previsibilidade. Diferente das ações, que podem ou não pagar dividendos regularmente, os FIIs têm obrigação legal de distribuir 95% do resultado semestral. Por isso, são atrativos para quem busca renda passiva constante.
Na última sexta-feira, 05/09/2025, o Ibovespa fechou em alta de 1,17%, aos 142.640 pontos, interrompendo uma sequência de quedas. O movimento foi puxado pelo cenário externo: os investidores precificam quase 100% de chance de corte nos juros dos EUA ainda em setembro.
Esse otimismo global aumenta o apetite por risco em mercados emergentes:
Mas a dúvida permanece: o rali é sustentável ou apenas um respiro?
O feriado da Independência reacendeu o debate político.
O presidente Lula participou de atos oficiais com foco na “defesa da soberania nacional”, tema fortalecido após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA. O governo tenta transformar o embate em bandeira de unidade, buscando respaldo popular.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também marcou presença nas ruas, convocando apoiadores em diversas capitais. Mesmo sem a mesma força de 2021, a participação reforça a polarização e mantém viva a incerteza institucional.
Para o mercado, a lembrança é clara: em 7 de setembro de 2021, falas de confronto ao STF fizeram o Ibovespa despencar mais de 3% no dia seguinte. Hoje, investidores monitoram com cautela o tom dos discursos.
A política brasileira sempre teve impacto direto nos ativos:
Esses episódios provam que, no Brasil, ler o noticiário é tão importante quanto analisar balanços.
Além da política, os fundamentos econômicos também pesam:
Esse patamar elevado mantém a renda fixa muito atrativa, mas também pressiona o crédito e o consumo.
Para quem recebeu dividendos hoje, surge a dúvida inevitável: reinvestir em ações e FIIs ou aproveitar o juro alto da renda fixa?
O investidor brasileiro entra em setembro com dinheiro pingando na conta e o mercado respirando após uma semana positiva. Mas não pode ignorar que a Selic em 15%, a desaceleração do PIB e a volatilidade política seguem como desafios.
Dividendos como os da Kepler Weber e rendimentos de FIIs como o GGRC11 reforçam a importância da renda passiva. Mas o cenário exige cautela e estratégia. Entre oportunidades e riscos, a diversificação segue sendo a melhor bússola.
Este conteúdo tem caráter informativo.
Não constitui recomendação de compra ou venda de ativos financeiros.
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